quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Crianças Invisíveis






















Crianças Invisíveis.


A primeira história comenta sobre um grupo de meninos-soldados onde eles escolhem um deles, Tanza, para explodir uma escola. Quando ele chega à mesma, encontra quatro perguntas pega um giz e responde-as, depois encosta a cabeça no detonador e prefere morrer a continuar lutando em combate. Esta é uma realidade onde as crianças são exploradas nas linhas de frente em guerras como na África.

Em Blue Gypsy, mos a realidade de Urus, um menino que sofre nas mãos de um alcoólatra que explora as crianças para trocar o dinheiro furtado por comida, e este menino que se sente mais seguro dentro do reformatório a ficar sofrendo nas mãos deste adulto.

Na história de Jesus Children of América, comenta a vida de uma menina negra, Blanca, que é discriminada por suas colegas por ser filha de pais drogados e possuir o vírus da aids. Quando a mãe de uma de suas colegas vai a escola pedir à diretora que a expulse, a mesma se vê com olhar de educadora, impedindo a menina de ser posta pra fora da escola. Blanca descobre que seus pais são doentes pela droga, mas mesmo assim a amam; juntos a direcionam a um centro de atendimento a crianças portadoras de HIV.

Interessante o caso de Bilu e João, que mesmo onde são crianças catadoras de latinhas, papelão, e outros, são explorados de todas as formas principalmente a comercial, quando vão vender seus objetos catados nas vias públicas, onde os mesmos criam estratégias de ganhar dinheiro, criando jogos com moedas de R$ 0,25 mas mesmo assim no final, saem perdendo.

Ciro, é um garoto que junto com outro colega, roubam um rolex, junta em torno da vitima, pessoas falando em prender esses pequenos infratores, quando uma mulher sai em favor das crianças, comentando que se devem prender os adultos que adquirem objetos das crianças, mas Ciro se vê em outra parte pior, quando vai se desfazer do furto, encontra um comprador pedófilo, mas ele não o deixa ser molestado e sai para um parquinho imaginando como seria bom ser criança.


E finalmente na história Song Song & Little Mão. Duas realidades distintas, de um lado uma menina rica e mimada, e de outro, uma garotinha achada no lixo, onde seu pai adotivo a trata com muito respeito, tendo como sonho, encaminha-la a uma escola para estudar, mas não vê seu sonho se realizar, pois o mesmo morre de um acidente de trânsito. Enquanto isso, a menina rica quase morre junto com sua mãe, pois o casamento da mesma acabou e encontra-se deprimida, onde na hora de jogar seu veiculo no rio, sua filha começa a cantar, e sua mãe cai na realidade. O desfecho da historia de da quando a menina pobre chega a uma escola, com seu ar sorridente e feliz.

Professor Reflexivo.

Selma Garrido Pimenta, Evandro Ghedin (orgs); O professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito0 – 2º ed. São Paulo. Cortez, 2002




“O movimento pela escola nova fez a crítica dos métodos tradicionais da educação [...], sob o impacto de duas guerras mundiais, perguntavam-se o que estava errado na educação...”
(p.187)

“A partir da segunda metade deste século a crítica à educação e à escola se acentuou [...], elas demonstraram, sobretudo o quanto a educação reproduz a sociedade, daí serem freqüentemente chamados crítico-reprodutivistas”. (p.187)

...toda ação pedagógica seria uma imposição arbitrária da cultura das classes dominantes, [...] e analisando a escola capitalista na França, demonstraram a existência de duas grandes redes escolares, que corresponderiam as suas classes fundamentais na sociedade: a burguesia e o proletariado. (p.188)

“... a dupla escola-família, substituiu o binômio igreja-família como aparelho ideológico dominante...” (p.188)

“... toda a ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição por um poder arbitrário. A arbitrariedade é a cultura dominante. A ação pedagógica tende à reprodução cultural e social simultaneamente”. (p.189)

“A autoridade pedagógica dissimula o poder arbitrário, apresentando-o como relação puramente psicológica”, (p.189)

“Já que na escola a cultura burguesa constitui a norma, para as crianças das classes dominantes, a escola pode significar continuidade, enquanto para os filhos da classe dominada a aprendizagem se torna uma verdadeira conquista”. (p.189)

“A escola reforça apenas a linguagem burguesa, a ‘norma culta’, desconsiderando as práticas lingüísticas das crianças pobres”. (p.190)

“... a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão da sociedade em classes; é a sua conseqüência”. (p.190)

“A maneira pela qual uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia o conhecimento educacional que considera público, reflete tanto a distribuição de poder quanto os princípios de controle social”. (p.192)

“... A educação moldaria então a identidade e a experiência, poder e controle se veriam imbricados nos mecanismos estruturadores das experiências e consciência dos homens, que passam por espaços sociais como a família, a escola e o mundo do trabalho”. (p.192)






“Carnoy defende a tese que só os movimentos sociais, que exijam a expansão dos direitos e das oportunidades, podem tornar a escola mais democrática”. (p.193)

“Os professores trabalham sob restrições, mas dentro desses limites eles estruturam e moldam as experiências de sala de aula,..., enquanto professores nós precisamos buscar em nossas próprias historias e tentar entender como as questões de classes, gênero, e raça deixaram sua marca sobre como nos agimos e pensamos. Em segundo lugar, os professores radicais devem lutar para tornar possível a democracia escolar”. (p.199)


“... a pedagogia radical seja dentro, seja fora da escola, envolve ligar a crítica à transformação social, e significa, portanto, assumir riscos”. (p.200)

“Frequentemente, como radicais, somos impotentes,..., e único consolo é saber que outros também estão lutando, que os valores e idéias pelos quais se luta têm raízes não apenas em princípios éticos, mas em uma obrigação para com o passado,..., que têm sofrido debaixo desses sistemas lúgubres de opressão”. (p.200)

“O que isso sugere é que uma pedagogia radical precisa ser inspirada por uma fé apaixonada
na necessidade de se lutar para criar um mundo melhor”. (p.200).