quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Filme Escritores da Liberdade

Escritores da Liberdade.


Baseado em fatos reais, este drama racial possui tantos estereótipos quanto o cinema americano pode proporcionar. Na maioria dos casos, isso seria considerado algo ruim, visto que essa característica tem como ponto negativo enfraquecer personagens e torná-los facilmente esquecíveis tão logo o filme termine. Escritores da Liberdade, porém, trata justamente da discussão do quão prejudicial é tratar pessoas como meros estereótipos. E faz isso com habilidade e, infelizmente, também com um pouco de ingenuidade. Mas falemos sobre os pontos negativos mais tarde, pois o filme é muito bom.

Não são incomuns pessoas que vêem outras nas ruas e julgam-nas pela aparência, automaticamente. Às vezes sem malícia, pois faz parte da [má] formação educacional da pessoa. “Loira burra”, “pobre ignorante”. Estas são algumas dessas pré-concepções. Escritores da Liberdade, porém, trata de grupos raciais que se colidem, por terem que viver no mesmo ambiente: negros, hispânicos e orientais, todos estudando no mesmo colégio. Fazem parte de gangues e vivem em um lugar muito violento. Não dão importância ao estudo e sabem que a expectativa de vida é baixa para muitos deles. Um velho quadro, já muito explorado no cinema norte-americano, o que pode trazer desconfiança a muitos espectadores. O que, afinal, Escritores da Liberdade tem a oferecer de novo?

Não muito, realmente. O filme é bem ingênuo pois é muito óbvio e vários conflitos são muito previsíveis. Quando a idealista e dedicada professora Erin chega como novata à caótica classe, todas as situações ruins pelas quais ela vai passar são antecipáveis. Além do que esse tipo de personagem já foi imensamente explorado em outros filmes de mesmo tema, como Ao Mestre Com Carinho, O Clube do Imperador e, claro, o popular Sociedade dos Poetas Mortos. A verdade é que, apesar dos clichês, o filme conta com boas interpretações (mais a seguir) e sua mensagem é muito bela para ser ignorada.

Erin é interpretada por Hilary Swank e pode-se dizer que, com seu bom trabalho neste filme, a atriz recuperou o prestígio abalado pela bobagem A Colheita do Mal. Com um tipo de personagem já interpretado tantas vezes anteriormente, a atriz consegue demonstrar a complexidade da situação de Erin, que passa por altos e baixos na vida profissional e familiar. Fica bem fácil torcer pelo seu sucesso, e o fato de a personagem ser baseada em alguém real (no finalzinho há uma foto da Erin real, junto de uma turma real) torna os acontecimentos mais interessantes e intensos. Sendo assim, a falta de originalidade de sua personagem não é exatamente um ponto negativo.

Felizmente, a boa qualidade do elenco não pára com Swank. Os alunos, apesar de vivenciarem tipos conhecidos, demonstrar saber lidar com emoções variadas e, fora um ou outro problema com alguns personagens (Eva, por exemplo, não possui justificativa coerente para ter ficado “boa” tão rapidamente), todo o elenco leva o filme com competência. Há, claro, personagens maus, como o racista professor sênior ou a diretora Margaret (Imelda Staunton em papel muito parecido com o executado em Harry Potter 5), mas o diretor e roteirista do filme Richard LaGravenese optou por não dar muita atenção a eles e centrar a história sobretudo nos alunos e na professora, o que foi fundamental para que o ritmo do filme permanecesse agradável.
Escritores da Liberdade é uma pequena e agradável surpresa. Espectadores que se emocionam com facilidade (e que gostam disso) vão encontrar neste filme um agradável prazer. É um trabalho altamente manipulativo, mas demonstra com qualidade que, com grande esforço e muita coragem, é possível sim mudar a sociedade, nem que seja uma pessoa por vez. Ou uma turma de alunos por vez. Piegas, é verdade, mas altamente verdadeiro. Divertido e emocionante e, portanto, recomendável.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Coleta Seletiva

Coleta seletiva é um ato contínuo de ensinar

as crianças a preservar o meio ambiente.

Coopere voçê tambem.