quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Professor Reflexivo.

Selma Garrido Pimenta, Evandro Ghedin (orgs); O professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito0 – 2º ed. São Paulo. Cortez, 2002




“O movimento pela escola nova fez a crítica dos métodos tradicionais da educação [...], sob o impacto de duas guerras mundiais, perguntavam-se o que estava errado na educação...”
(p.187)

“A partir da segunda metade deste século a crítica à educação e à escola se acentuou [...], elas demonstraram, sobretudo o quanto a educação reproduz a sociedade, daí serem freqüentemente chamados crítico-reprodutivistas”. (p.187)

...toda ação pedagógica seria uma imposição arbitrária da cultura das classes dominantes, [...] e analisando a escola capitalista na França, demonstraram a existência de duas grandes redes escolares, que corresponderiam as suas classes fundamentais na sociedade: a burguesia e o proletariado. (p.188)

“... a dupla escola-família, substituiu o binômio igreja-família como aparelho ideológico dominante...” (p.188)

“... toda a ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição por um poder arbitrário. A arbitrariedade é a cultura dominante. A ação pedagógica tende à reprodução cultural e social simultaneamente”. (p.189)

“A autoridade pedagógica dissimula o poder arbitrário, apresentando-o como relação puramente psicológica”, (p.189)

“Já que na escola a cultura burguesa constitui a norma, para as crianças das classes dominantes, a escola pode significar continuidade, enquanto para os filhos da classe dominada a aprendizagem se torna uma verdadeira conquista”. (p.189)

“A escola reforça apenas a linguagem burguesa, a ‘norma culta’, desconsiderando as práticas lingüísticas das crianças pobres”. (p.190)

“... a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão da sociedade em classes; é a sua conseqüência”. (p.190)

“A maneira pela qual uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia o conhecimento educacional que considera público, reflete tanto a distribuição de poder quanto os princípios de controle social”. (p.192)

“... A educação moldaria então a identidade e a experiência, poder e controle se veriam imbricados nos mecanismos estruturadores das experiências e consciência dos homens, que passam por espaços sociais como a família, a escola e o mundo do trabalho”. (p.192)






“Carnoy defende a tese que só os movimentos sociais, que exijam a expansão dos direitos e das oportunidades, podem tornar a escola mais democrática”. (p.193)

“Os professores trabalham sob restrições, mas dentro desses limites eles estruturam e moldam as experiências de sala de aula,..., enquanto professores nós precisamos buscar em nossas próprias historias e tentar entender como as questões de classes, gênero, e raça deixaram sua marca sobre como nos agimos e pensamos. Em segundo lugar, os professores radicais devem lutar para tornar possível a democracia escolar”. (p.199)


“... a pedagogia radical seja dentro, seja fora da escola, envolve ligar a crítica à transformação social, e significa, portanto, assumir riscos”. (p.200)

“Frequentemente, como radicais, somos impotentes,..., e único consolo é saber que outros também estão lutando, que os valores e idéias pelos quais se luta têm raízes não apenas em princípios éticos, mas em uma obrigação para com o passado,..., que têm sofrido debaixo desses sistemas lúgubres de opressão”. (p.200)

“O que isso sugere é que uma pedagogia radical precisa ser inspirada por uma fé apaixonada
na necessidade de se lutar para criar um mundo melhor”. (p.200).

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