terça-feira, 4 de novembro de 2008

Pensamento Pedagogico Crítico

GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Àtica 2002.




“O movimento pela escola nova fez a crítica dos métodos tradicionais da educação.” (p.187)

“A partir da segunda metade deste século a crítica à educação e à escola se acentuou [...], elas demonstraram, sobretudo o quanto a educação reproduz a sociedade, daí serem freqüentemente chamados crítico-reprodutivistas”. (p.187)

“Althusser sustentou que toda ação pedagógica seria uma imposição arbitrária da cultura das classes dominantes; Bourdieu e Passeron sustentaram que a escola constituía-se num instrumento mais acabado do capitalismo; [...] Baudelot e Establet, demonstraram a existência de duas redes escolares: a burguesia e o proletariado”. (p.188)

“Segundo Althusser, a dupla escola-família, substituiu o binômio igreja-família como aparelho ideológico dominante...” (p.188)

“Bourdieu e Passeron desenvolveram que, toda a ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição por um poder arbitrário. A arbitrariedade é a cultura dominante”. (p.189)

“A autoridade pedagógica dissimula o poder arbitrário, apresentando-o como relação puramente psicológica”, (p.189)

“Já que na escola a cultura burguesa constitui a norma, para as crianças das classes dominantes, a escola pode significar continuidade, enquanto para os filhos da classe dominada a aprendizagem se torna uma verdadeira conquista”. (p.189)

“A escola reforça apenas a linguagem burguesa, a ‘norma culta’, desconsiderando as práticas lingüísticas das crianças pobres”. (p.190)

“Jesus Plácidos, conclui afirmando que a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão da sociedade em classes; é a sua conseqüência”. (p.190)

“Benjamin em seu livro Reflexões, criticou o ensino nas universidades, onde predominava a informação ao invés da formação, o ensino profissionalizante ao inves da preocupação com a totalidade e a individualidade de cada ser humano”. (p.191)

“ Bernstein estudou que, a maneira pela qual uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia o conhecimento educacional que considera público, reflete tanto a distribuição de poder quanto os princípios de controle social”. (p.192)

“... A educação moldaria então a identidade e a experiência, poder e controle se veriam imbricados nos mecanismos estruturadores das experiências e consciência dos homens, que passam por espaços sociais como a família, a escola e o mundo do trabalho”. (p.192)


“Giroux procurou redefinir a importância do poder da ideologia e da cultura para as relações complexas entre a escolarização e a sociedade dominante, construindo as bases de uma pedagogia radical neomarxista”. (p.192)

“Carnoy defende a tese que só os movimentos sociais, que exijam a expansão dos direitos e das oportunidades, podem tornar a escola mais democrática”. (p.193)

“Os professores trabalham sob restrições, mas dentro desses limites eles estruturam e moldam as experiências de sala de aula,..., enquanto professores nós precisamos buscar em nossas próprias historias e tentar entender como as questões de classes, gênero, e raça deixou sua marca sobre como nos agimos e pensamos. Em segundo lugar, os professores radicais devem lutar para tornar possível a democracia escolar”. (p.199)


“... a pedagogia radical seja dentro, seja fora da escola, envolve ligar a crítica à transformação social, e significa, portanto, assumir riscos”. (p.200)

“Frequentemente, como radicais, somos impotentes,..., e único consolo é saber que outros também estão lutando, que os valores e idéias pelos quais se luta têm raízes não apenas em princípios éticos, mas em uma obrigação para com o passado,..., que têm sofrido debaixo desses sistemas lúgubres de opressão”. (p.200)

“O que isso sugere é que uma pedagogia radical precisa ser inspirada por uma fé apaixonada
na necessidade de se lutar para criar um mundo melhor”. (p.200).

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